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'Povo de verdade': conheça os Paiter Surui, fundadores da primeira agência de turismo indígena do Brasil




História dos povos originários é marcada por luta e resistência. Cerca de 1.900 pessoas vivem em 24 aldeias dentro da Terra Indígena (TI) Sete de Setembro. Povo Indígena Paiter Suruí idealizaram e criaram a primeira agência de etnoturismo do Brasil
Emily Costa/g1 RO
A primeira agência de etnoturismo indígena do Brasil foi criada e coordenada por povos que vivem em Rondônia: os Paiter Suruí. Dentro da aldeia Lapetanha, na Terra Indígena (TI) Sete de Setembro, eles criaram um espaço que exalta beleza e cultura. Mas afinal, quem são eles?
🏹 Os Suruí de Rondônia se autodenominam Paiter, que significa “gente de verdade, nós mesmos”. Eles falam uma língua que pertence ao grupo Tupi da família Mondé.
De acordo com o plano de gestão de 50 anos dos Suruí, cerca de 1.900 pessoas vivem em 24 aldeias dentro da Terra Indígena (TI) Sete de Setembro, em um território de aproximadamente 250 mil hectares, que fica localizada no sudeste de Rondônia e noroeste do Mato Grosso.
Leia também: Quem são os povos indígenas de Rondônia? Veja lista
Contato com não indígenas
Os Paiter Suruí relatam que seus antepassados migraram das proximidades de Cuiabá para Rondônia durante o século XIX, fugindo da perseguição de ‘brancos’. Eles relatam que viveram em paz até a década de 60, quando os conflitos com os não indígenas retornaram.
No dia 7 de setembro de 1969, funcionários da Funai, incluindo o sertanista Francisco Meirelles, penduraram objetos em uma das aldeias para atrair pacificamente os Paiter Suruí, o que marcou o primeiro contato oficial do povo com os não indígenas.
Primeiro contato dos Paiter com não indígena
paitersurui.com/reprodução
Entre 1970 e 1974, os indígenas enfrentaram surtos de sarampo, gripe e tuberculose, que reduziu pela metade a população dos Suruí. Além disso, na mesma época, uma grande parte de seu território foi invadida por colonos que exploraram recursos naturais, como extração ilegal de madeira
Dessa época, os Suruí mais velhos guardam lembranças amargas e dizem que, apesar das coisas boas, “na ponta dos facões e das facas, os brancos trouxeram a desgraça e a morte” – citação do plano de gestão de 50 anos do povo Paiter Suruí.
A demarcação da Terra Indígena (TI) Sete de Setembro ocorreu em 1976, e a posse permanente foi declarada em 1983, quando os Paiter Suruí puderam voltar a viver em seu território.
Aldeia indígena Lapetanha na TI Sete de Setembro, em Cacoal
Emily Costa/g1 RO
Modo de vida tradicional
O modo de vida tradicional do povo Suruí está ligado ao uso da floresta e às atividades extrativistas. Atualmente, parte deles trabalham com agricultura familiar e agroflorestal, sempre aliados à sustentabilidade.
Os frutos produzidos dentro da TI, além de gerarem renda, também contribuem para alimentação e manutenção da forma de vida desses povos. Além disso, cascos e partes de árvores se tornam matérias primas para a confecção de artesanatos, feito pelas mulheres das aldeias.
Dia da Amazônia: povo indígena Paiter Suruí concilia preservação com economia sustentável
A agrofloresta se manteve em pé por meio do projeto de reflorestamento desenvolvido pelos próprios indígenas: o “Pamine”, que na língua Tupi-Mondé dos Suruí significa “o renascer da floresta”. O objetivo era devolver à floresta tudo aquilo que foi retirado por invasores.
No projeto, foram selecionadas árvores que fazem parte do modo de vida tradicional deles, ou seja, para alimentação, artesanato e também para a geração de renda das comunidades. Mais de 1 milhão de mudas já foram plantadas pelos Suruí dentro da Terra Indígena Sete de Setembro.
Bananeiras plantadas dentro de Terra Indigena Sete de Setembro, em RO
Emily Costa/g1 RO
Além disso, invasores que entraram na TI Sete de Setembro fizeram plantações de café e as abandonaram quando foram retirados. Após o contato com a sociedade não indígena, os Paiter perceberam que esse café era uma cultura lucrativa, que poderia contribuir para o desenvolvimento de sua comunidade.
Os Suruí já foram reconhecidos pela qualidade do café que é cultivado sem irrigação e nenhum tipo de agrotóxicos dentro das aldeias. Atualmente, eles possuem uma parceria com uma marca nacional de café: 90% dos grãos colhidos na TI são vendidos para a empresa.
Café robusta amazônico produzido na Terra Indígena Sete de Setembro
Emily Costa/g1 RO



G1 Rondônia

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